segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Os Direitos dos Animais na Área de Projecto

Sobre o tema dos Direitos dos Animais, escrevi ainda um texto de reflexão a publicar no jornal do colégio, que sairá na próxima segunda-feira, dia 16 de Novembro. Para quem o quiser ler de antemão, aqui fica ele ;)!

Chegados ao 12.º ano, é hora de enfrentar um dos últimos desafios em falta para concluir o Ensino Secundário: frequentar a Área de Projecto. Esta disciplina não é vista com muito bons olhos pelos seus intervenientes, quer por professores, quer por alunos, mas cabe a cada um deles desenvolver todos os esforços possíveis para que haja interesse em contribuir para os trabalhos de Área de Projecto, dentro e fora da sala.

Foi neste contexto que a turma do 12III decidiu lançar diferentes temas mensais para aprofundar ao longo do ano lectivo, entre os meses de Outubro e Maio, por sugestão do Professor Jorge Cardoso. No mês de Outubro, que agora finda, abordou-se o tema dos Direitos dos Animais. O que podemos então dizer sobre este assunto tão controverso na sociedade portuguesa e tão esquecido pelo Homem em geral?

Em Dezembro de 1948, a Organização das Nações Unidas (ONU) promulgou a Carta Universal dos Direitos do Homem, que se pode afirmar como um dos seus grandes feitos, já que esta organização tinha apenas três anos de existência. Em sentido lato, podemos dizer que “o Homem é um animal”, mas que se diferencia dos restantes seres vivos por ser o único a possuir “capacidades racionais”, tornando-se, assim, naquele que tem simultaneamente mais direitos, mas também mais deveres à escala planetária.

Foi o homem quem tornou possível o mundo que hoje conhecemos, a transbordar de tecnologia e de avanços que nos surpreendem a todos nós a cada dia que passa. Contudo, a Terra não lhe pertence exclusivamente. Num ecossistema como o nosso, em que diversas naturezas coabitam, existe uma relação inexorável entre todos os seres vivos, quer sejam pensantes ou não. Possuindo o homem uma faculdade – a sua racionalidade – que o distingue de todos os habitantes da Terra, devemos procurar defendê-la e honrá-la, não caindo em ideias e comportamentos sem fundamento, o que não colide actualmente, de forma alguma, com as necessidades básicas do Homem. Podemos, seguramente, sobreviver de forma saudável sem profanar não só a integridade das outras espécies como também a nossa civilização.

Deste modo, torna-se efectivamente da maior urgência abordar e combater a exploração e brutalização descontrolada dos animais, já que o homem encerra na sua génese o dever de respeitar os direitos dos animais e as suas características. Com efeito, desde a exploração exclusiva de animais para o comércio de peles, até ao célebre espectáculo das touradas, passando pelos treinos intensivos dos mais diversos animais para exibição nos circos, muito há ainda para fazer pela melhoria dos direitos dos animais e, pode acrescentar-se, pelos deveres do Homem enquanto ser pensante.

É certo que os interesses económicos dominam o mundo capitalista de hoje, mas todos nós temos de fazer os possíveis para que a exploração dos animais possa ser evitada, ou pelo menos minimizada. Se no que concerne ao comércio de peles existem já directivas comunitárias que restringem a importação de certas peças, no que diz respeito às touradas ou aos circos a discussão torna-se mais acesa. É certo que é utópico banir dos espectáculos os animais que dão alegria a todos nos circos e que encantam crianças, mas há que fazer um melhor controlo dos treinos, através de entidades isentas e imparciais, por exemplo, para evitar um tão grande desgaste físico e psicológico dos animais. Já no que concerne às touradas, o divertimento não é tanto para as crianças, que não devem inclusivamente ver esse espectáculo atroz antes dos 10 anos sem acompanhamento parental, mas antes para os adultos. Em Portugal a tourada é uma tradição já muito antiga e célebre, que até há bem pouco tempo nunca se tinha interrogado acerca do sofrimento dos touros em plena praça pública. Neste caso, deve tentar-se num futuro próximo reflectir-se acerca da legitimidade deste espectáculo, procurando-se alcançar soluções que permitam que as touradas possam modernizar-se sem necessariamente deixarem de existir. Fará ainda a tourada sentido actualmente? Na verdade, poderemos alegar que os touros são treinados desde pequenos para esse “grande” espectáculo por ser uma tradição. Mas poderemos também defender que é legítimo fazê-los sofrer?

No campo dos direitos dos animais há ainda muito para progredir. Mas é sobretudo o respeito pelos nossos melhores amigos, sejam seres racionais ou não, que faz de nós pessoas preocupadas com o bem-estar de todos e que contribuem para que um país se torne desenvolvido e mais humano. Pois não dizem que os animais são os nossos melhores amigos? Então. antes de os abandonar na rua ou lhe cravar uma farpa talvez seja melhor reflectir um pouco.

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1 comentário:

  1. Parabéns, o blog está um espanto! Queria aproveitar, em nome do grupo 2 do 12ºIII (Cristina Galiano, Carlota Silva, Rita Morais Correia e Marta Machado) para fazer publicidade à nossa revista G2HELP. Vai estar à venda no colégio (depois anunciamos os sítios) a partir do dia 16. O preço em vigor será referido na própria revista. Contribuam, turma!
    Um bom trabalho (vou tentar vir aqui mais vezes, prometo).
    Um beijinho para todos,
    Rita

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